terça-feira, 12 de abril de 2011

Direito de ter dor

Hoje eu começo a entender muita coisa que eu poderia ter entendido há anos. Toda minha infância e adolescência foi vivida sem compreensão. Uma menina que se acha inteligente que nunca parou pra se encarar.
Eu me achava doente, incorrigível, que era genética essa dor que eu sempre senti. Eu tinha vergonha dessa dor e me enclausurava, como se eu não tivesse direito de ter dor, afinal, era injusto com o resto do mundo que tem motivos reais, que passa fome e tal. Então eu nunca me achei no direito que ter problemas, de entender que eu reagi da minha forma a tudo que aconteceu, e tudo que aconteceu na minha vida não foi, definitivamente, pouco. Toda confusão e culpa da minha existência começa a se justificar ao reler com calma o livro da minha infância.
E ao aceitar isso aos poucos, posso viver todas as etapas do meu sofrimento, que é um grande passo pra cura.

2 comentários:

  1. Toda viagem começa de um ponto. Nenhuma mudança é realizada sem o desejo de mudar. Ter consciência dos nossos acertos, dos nossos erros, do que queremos e do que não queremos já é um grande e corajoso passo. É bom ver que você se olha por dentro, esse é o único espelho que nos é fiel.

    Abraços!

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  2. Fantástica!!! Se achando e se encontrando!!
    Bjos S2. Te admiro ainda mais!!

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