quarta-feira, 9 de março de 2011

De manhã

Acordo meio que pra vida. Um espanto, uma surpresa. Como se tudo começasse de novo, como diz Fernando Pessoa "..o pasmo essencial que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do Mundo...".  Mas isso de uma forma estranha, ainda tenho medo. Porque gostaria de ter a inocência dessa criança, a coragem, que eu sei que tenho, mas que a vida foi me mostrando que não era bem assim, que as coisas tem consequencias, que o mundo é cruel. É difícil conciliar isso, é difícil não pensar que é o mundo que está errado, que é covarde e hipócrita, que a forma mais bonita de levar a vida é a mais pura. Não quero dar ouvidos à crueldade do mundo, mas ao mesmo tempo não tenho coragem de enfrentar isso sozinha sem pensar que eu é que estou errada e talvez eu deva me adaptar e ser 'adulta'.. Acordo confusa, com medo de tudo isso, medo de tomar as decisões erradas. Não quero ter maldade, não quero ser malandra. Quero acreditar em mim, mesmo que ninguém entenda nada.

Um comentário:

  1. Tenho achado bonita seus escritos, seus relatos. A impressão que me dá em tudo aqui, desde a escrita ao design do site e o seu próprio pseudônimo é a delicadeza.
    Menina de alma delicada, como o dente-de-leão lá em cima. Aliás, dente-de-leão é um nome tão forte pra uma flor tão delicada. Mas no fundo a vida é isso: o dual.
    Já dizia Paulo, o apóstolo: "Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte."
    Então, menina dente-de-leão (que no Nordeste é chamado de esperança), que no meio da delicadeza dessa tua alma possas achar o caminho que te faça bem.
    Se precisar, me procura.

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